Qual a diferença entre Venture Capital e Private Equity e como escolher o mais vantajoso

Existem inúmeras razões para que as empresas busquem financiamento no mercado para poder investir. Da expansão das operações à consolidação do negócio, passando por  desenvolvimento de novos produtos e inovação, adoção de novas tecnologias e melhoria de eficiência, as fontes de recursos para essas melhorias podem ser investidores privados, fundos de capital de risco, financiamentos bancários, emissão de ações ou reinvestimento dos lucros. Seja qual for a opção, o acesso a esses recursos é essencial para que as empresas possam crescer de maneira sustentável e aproveitar oportunidades de mercado. Mas a melhor escolha dependerá sempre do tipo e tamanho da empresa, de sua necessidade específica e de seu potencial de crescimento.

Duas modalidades de captura de recursos muito utilizadas para financiar o crescimento e a consolidação de negócios – e também para fugir do sistema bancário tradicional, com prazos de pagamento estreitos e custos elevados – são o Venture Capital (VC) e o Private Equity (PE). Startups e empresas pequenas e médias cujo faturamento ainda é pequeno mas que têm grande potencial de crescimento podem se beneficiar muito da captura de recursos via Venture Capital, enquanto empresas já estabelecidas, com faturamento expressivo podem recorrer ao Private Equity para melhorar seu desempenho operacional e financeiro.

Assim, a diferença entre estas duas modalidades de financiamento é o perfil das empresas que receberão os recursos. Embora ambos sejam investimentos de risco, o VC oferece para os investidores um elevado risco-recompensa, justamente por aplicar em startups e pequenas empresas, geralmente de áreas inovadoras, enquanto o PE oferece  um risco-recompensa menor, por trabalhar com empresas consolidadas, cujos potenciais podem ser auditados com maior precisão. 

Além disso,  o volume injetados nas empresas também difere: aportes menores em troca de participação acionária minoritária e horizonte de saída mais amplo no VE, enquanto o PE injeta volumes expressivos de recursos, com um horizonte de saída de médio prazo. De acordo com a PitchBook, empresa internacional de software e dados financeiros, 25% dos negócios de Private Equity nos Estados Unidos estão entre US$ 25 milhões e US$ 100 milhões, enquanto os de Venture Capital custam menos de US$ 10 milhões nas primeiras rodadas de aporte. Em ambas as modalidades, porém, a taxa interna de retorno (TIR) esperada é de cerca de 20%. No Brasil, um estudo da Abvcap (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital) no final de 2023 mostrou que o retorno das gestoras que compram participações em empresas via VE ou PE obtiveram  um retorno de 5,8 vezes o valor investido ao longo dos últimos 30 anos, resultado 25% maior que a média mundial.

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Venture Capital

O Venture Capital, ou capital de risco, é uma forma de financiamento crucial para empresas que não podem obter empréstimos bancários tradicionais devido ao seu estágio inicial ou ao risco envolvido. Mas, por essas empresas terem potencial de crescimento rápido e lucrativo, são atraentes para investidores que comportam uma boa dose de risco em suas carteiras. 

A injeção de recursos em uma empresa é feita em troca de participação acionária, com termos e condições de proteção do investimento, como direitos de voto preferenciais, preferência no recebimento de dividendos, entre outros. Para garantir a  evolução do negócio e a obtenção de retornos significativos que justifiquem o suporte do risco, os investidores geralmente oferecem também orientação estratégica, acesso a redes de contatos, e expertise para ajudar a empresa a crescer rapidamente.

O financiamento por Venture Capital pode ser estratégico para startups e empresas em fase inicial que buscam crescimento rápido e inovador, pois elas geralmente têm dificuldades em obter empréstimos bancários, devido ao alto risco que representam. Essa modalidade pode fornecer grandes quantias de capital necessárias para desenvolvimento de produtos, expansão de mercado e contratação de talento, em troca de participação acionária. Dessa forma, as empresas podem crescer rapidamente e capturar grandes fatias de mercado. 

Outro benefício interessante do VC para startups e pequenos negócios é que Receber esse tipo de aporte por parte de investidores renomados pode ser visto como uma validação do modelo de negócios e do potencial da empresa, aumentando a credibilidade perante clientes e parceiros. Isso ainda pode ajudar a atrair talentos de alto nível, já que muitos profissionais veem empresas apoiadas por investidores renomados como oportunidades promissoras.

A capacidade de absorver riscos dos investidores em VC também torna a modalidade ideal para empresas que estão desenvolvendo tecnologias inovadoras ou modelos de negócios disruptivos, fornecendo o capital necessário para pesquisa e desenvolvimento. De fato, estes investidores são mais propensos a apoiar ideias inovadoras e empreendimentos que ainda não têm um histórico comprovado, ao contrário de fontes de financiamento mais conservadoras.

Private Equity

Já o  Private Equity é operado por meio da captação de recursos junto a investidores institucionais (como fundos de pensão, fundos soberanos, instituições financeiras e indivíduos de alto patrimônio líquido) para a formação de um fundo de Private Equity. Esse processo pode levar de vários meses a alguns anos.

As empresas que se candidatam a obter esse tipo de financiamento são submetidas a uma diligência prévia (due dilligence), que analisa suas finanças, operações, gestão, mercado de atuação, entre outros aspectos, com o objetivo de identificar riscos e oportunidades, garantindo que o investimento seja viável e alinhado com a estratégia do fundo. Os recursos são oferecidos em troca de participação acionária e geralmente são usados para crescimento, expansão, aquisições ou reestruturação. Representantes dos fundos trabalham com a equipe de gestão da empresa para implementar planos de melhoria operacional, otimização de custos, expansão de mercado e outras iniciativas estratégicas. O horizonte de investimento na modalidade PE é de longo prazo e a realização dos lucros do investimento é normalmente feita por IPO ou venda da empresa. 

O Private Equity pode ser uma escolha estratégica para empresas que buscam acesso a  grandes quantias de capital para expansão, aquisições, modernização de infraestrutura e outras iniciativas estratégicas, sem incorrer em reembolso de juros e do principal, como nos empréstimos bancários tradicionais, o que pode aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa da empresa. Além disso, os financiamento por PE podem ser estruturados de várias maneiras para atender às necessidades específicas da empresa, uma vez que os investidores geralmente têm um horizonte de investimento de médio a longo prazo.

Sem falar que o PE permite que a empresa compartilhe os riscos do crescimento e da expansão com os investidores, podendo, ainda beneficiar-se de melhorias na governança corporativa trazidas pelos investidores, fortalecendo a gestão da empresa e aumentando sua credibilidade. Ao optar por financiamento por private equity, as empresas podem obter não apenas o capital necessário, mas também o suporte estratégico e operacional que pode ser crucial para o crescimento e o sucesso a longo prazo.

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