A revolução dos criptoativos
A tecnologia blockchain — estrutura de dados descentralizada e distribuída que registra transações de maneira segura, transparente e imutável – tem transformado significativamente o mercado financeiro e o mundo dos negócios. Ela é a base para a existência dos critptoativos, isto é, criptomoedas, tokens fungíveis, stablecoins, NFTs, DeFi, entre outros, com impacto substancial na segurança e confiabilidade de transações.Na medida em que a revolução digital transforma as maneiras de realizar transações, os criptoativos ganham mais relevância e expandem seu emprego, que hoje já abrange desde o relacionamento como cliente até o mercado de arte, passando por todos os tipos de aplicações financeiras, formas de negociação de contratos, inventário de documentação contábil etc.
Criptoativos são todos os tipos de ativos digitais que utilizam criptografia para garantir a segurança das transações, controlar a criação de novas unidades e verificar a transferência de ativos. Eles operam em redes descentralizadas baseadas na tecnologia blockchain, que é um registro público distribuído e imutável. De forma geral, essas blockchains não são controladas por uma autoridade, como bancos centrais e governos. As regras são definidas e gerenciadas por códigos, e as transações confirmadas e validadas por usuários, chamados de “nodes” (nós).
Por meio deste texto, exploremos a revolução dos criptoativos, destacando como a tecnologia blockchain, com sua estrutura descentralizada e segura, tem transformado o mercado financeiro e diversas indústrias. Acompanhe conosco para entender o impacto significativo dos criptoativos, desde o surgimento do Bitcoin e Ethereum até a diversificação em altcoins e novas aplicações como contratos inteligentes e DeFi, moldando uma nova era da economia digital. Acompanhe com a Trevisan para saber tudo!
Como tudo começou
Os criptoativos surgiram como uma evolução das tentativas de criar formas de dinheiro digital e sistemas de pagamento seguros e descentralizados. O marco inicial foi a criação do Bitcoin, em 2008, introduzido por uma entidade ou grupo de pessoas sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto.
Mas desde o final dos anos 1980 começaram a surgir tentativas de criação de uma moeda digital. A mais antiga, DigiCash, foi criada em 1989 por David Chaum. Consistia em um sistema de dinheiro digital que permitia transações anônimas, mas dependia de uma entidade central. Em 1996 surgiu o e-Gold, um sistema de moeda digital baseado em ouro, fundado por Douglas Jackson e Barry Downey. Parecia funcionar, mas teve de ser encerrado devido a problemas legais. No final dos anos 90 Wei Dai e Nick Szabopropuseram os conceitos b-money e Bit Gold, respectivamente, que introduziam ideias sobre dinheiro digital e contratos descentralizados.
Até que em 2008 o possível coletivo Satoshi Nakamoto publicou o whitepaper “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”, descrevendo um sistema de pagamento eletrônico descentralizado. Em 2009 o primeiro bloco do Bitcoin, conhecido como “bloco gênesis”, foi minerado por Nakamoto, marcando o início da rede Bitcoin.
A nova criptomoeda provou ser possível transferir dinheiro pela internet sem o aval de terceiros, como bancos e empresas de remessa internacional. Apesar de inúmeras tentativas, seu sistema nunca foi hackeado. Além disso, o Bitcoin resolveu problemas como o chamado gasto duplo, evitando que a mesma unidade de moeda seja usada mais de uma vez por meio de um sistema de prova de trabalho (PoW) e um blockchain público.
A partir do Ethereum
O segundo maior criptoativo do mercado, após o Bitcoin, é o Ethereum. Criado pelo programador, pesquisador de criptomoedas e co-fundador da Bitcoin Magazine, Vitalik Buterin em 2013, começou a funcionar em 2015. Trata-se de uma plataforma programável que permitiu o surgimento de uma nova economia digital, com novos criptoativos, como tokens não fungíveis (NFTs), tokens de finanças descentralizadas (DeFi), games do metaverso entre outras tecnologias.
Buterin, pretendia contornar as limitações na flexibilidade scripting language (linguagem de programação que suporta programas escritos para um programa que automatiza a execução de tarefas) do Bitcoin, que era propositalmente restrito para segurança e simplicidade. Em novembro de 2013, publicou o white paper (documento informativo que aprofunda e defende uma solução) do Ethereum, propondo uma plataforma descentralizada com uma linguagem de script mais geral, permitindo o desenvolvimento de aplicativos descentralizados (dApps). Reuniu então um grupo de cofundadores, incluindo Mihai Alisie, Anthony Di Iorio, Charles Hoskinson, Joe Lubin e Gavin Wood. E em abril de 2014, Gavin Wood publicou o Yellow Paper (documento técnico que descreve em detalhes o funcionamento de um protocolo blockchain) do Ethereum, que definiu a especificação técnica do Ethereum Virtual Machine (EVM).
A nota interessante desse processo é que, para financiar o projeto, a equipe do Ethereum conduziu uma crowdsale, ou seja, um tipo de financiamento realizado em criptomoeda por meio da venda de tokens digitais que permitem que o financiador participe da ideia financiada. A oferta foi feita entre julho e agosto de 2014, arrecadando mais de $18 milhões em Bitcoin, tornando-se um dos primeiros exemplos de uma ICO (Initial Coin Offering, ou oferta inicial de ativos virtuais com o objetivo obter financiamento baseado em blockchain) e marcou um precedente importante para futuros projetos de blockchain.
Criptomoedas ou criptoativos
Não é rara a confusão entre criptoativos e criptomoedas, uma vez que ambas rodam em blockchain – na verdade, essa tecnologia surgiu com o Bitcoin (BTC), o que contribui para aumentar a confusão. No entanto, as criptomoedas são apenas um dos vários tipos de criptoativo e reúnem um universo de mais de 22 mil altcoins uma abreviação de “alternative coins” (moedas alternativas), ou seja, todas as criptomoedas que surgiram após o Bitcoin. Elas foram criadas para oferecer alternativas, com variações em características como velocidade de transação, método de consenso, funcionalidades adicionais e algoritmos de segurança.
Mas, apesar dos diferentes focos de cada criptomoeda, existem características específicas que são comuns a todas. São elas:
- Inovação Técnica: por meio da introdução de novos algoritmos de mineração, métodos de consenso e recursos que não estão presentes no Bitcoin;
- Funcionalidades Adicionais: como a possibilidade de criação de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados;
- Diversidade de Propósitos: isto é, criptomoedas com focos específicos como anonimato, eficiência de transações ou em novas funcionalidades.
Entre as altcoins mais conhecidas são, além Ethereum (ETH), Litecoin (LTC), Ripple (XRP), Binance Coin (BNB) e Dogecoin (DOGE).
Calcula-se que o número de criptomoedas disponíveis ultrapasse os 22 mil. Já o portfólio de criptoativos é calculado por volta de 18 mil a 20 mil opções, segundo o agregador CoinMarketCap.
Como funciona um criptoativo
Os criptoativos são utilizados em transações financeiras, permitindo transferências de valor rápidas e seguras, com menores custos de transação comparados aos métodos tradicionais; na produção de contratos inteligentes, por meio de programas autoexecutáveis que operam na blockchain e executam automaticamente quando determinadas condições são atendidas; e na economia digital em geral, criando novas formas transacionais, como mercados descentralizados, finanças descentralizadas (DeFi) e jogos baseados em blockchain.
Os criptoativos estão transformando diversas indústrias e proporcionando novas oportunidades econômicas e tecnológicas. No entanto, também apresentam desafios regulatórios e de segurança que continuam a ser discutidos e aprimorados. As regulamentações de criptoativos existentes são específicas de cada mercado, o que ainda dificulta transações internacionais. O Brasil ainda está discutindo o assunto mas a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa 1.888, exige que qualquer corretora que negocie moedas digitais prestar contas de todas as transações realizadas.
Mesmo sem uma regulamentação global, no entanto, os criptoativos reúnem características que tornam as transações muito mais seguras e confiáveis:
Descentralização: Operam em redes descentralizadas, geralmente sem uma autoridade central controladora.
Transparência: Todas as transações são registradas em um livro-razão público (blockchain) que pode ser verificado por qualquer pessoa.
Segurança: Utilizam criptografia avançada para proteger as transações e a integridade dos dados.
Imutabilidade: Uma vez registrada, uma transação na blockchain não pode ser alterada ou apagada.
Acessibilidade: Podem ser acessados e transacionados globalmente por qualquer pessoa com conexão à internet.
A crescente adoção institucional e o desenvolvimento contínuo da tecnologia blockchain sugerem que os criptoativos continuarão a evoluir e a influenciar a economia global.
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