Entendendo a importância dos controles internos nas organizações
Tenho percebido em meus treinamentos pelas duvidas e perguntas de meus tão “sofridos” alunos, que a tal gestão de controles ainda necessita de muito entendimento e trabalho árduo dos profissionais de Compliance, controles internos, gestão de riscos, controladoria, auditoria e alta administração.
O triste disso tudo é perceber que a questão da cultura – assunto esse que já venho falando há muito tempo, somado as dificuldades ainda continuam enormes, pois esbarramos em vaidades, falta de interesses, necessidades pessoais, conflito de interesses, ausência de conduta, ética e profissionalismo.
Mas, quando alguma coisa dá errado na empresa, uma falha acontece, um desvio de conduta fica evidenciado, um erro causa perdas financeiras, uma fraude surge – e desculpem o sarcasmo, mas as ausências de controles causam boa parte destes problemas, os gestores questionam os profissionais de controles internos, Compliance e auditoria. Por que eles não viram tal falha nos processos?
Algumas falhas acontecem pela ausência de conhecimento do negócio, dos processos, sistemas e em alguns casos pela negligência operacional ou pessoal. Mas, como podemos mudar isso? Não é fácil pedir engajamento, pois os interesses são os princípios que permeiam a atividade do profissional de sua empresa, e até mesmo na vida. Muitos profissionais já se depararam com a seguinte frase: “o que eu vou ganhar com isso?” ou “o problema é da empresa, se não receber uma ordem expressa eu não vou fazer…”
No mundo corporativo encontramos os mesmos problemas, sejam eles em empresas pequenas, médias, grandes ou gigantescas. Desrespeito às normas, negligência as regras internas e externas, ausência de capacitação da equipe, despreparo dos gestores, enfim, resultado da incompetência de profissionais limitados às atividades exercidas.
Portanto, devemos avaliar melhor os nossos processos de gestão de riscos e controles internos, avaliar se os profissionais indicados estão devidamente preparados para o gerenciamento de suas atividades, se existem desvios de conduta e se os normativos estão em conformidade com as atividades exercidas.
As pessoas podem cometer desvios de conduta e dos procedimentos, por achare, que estão acima das regras de compliance, ou simplesmente por desconhecimento das politicas, afinal, onde não existe regras, as pessoas agem por conta própria. Em situações como essa, não podemos recrimina-los, pois estão fazendo o que podem conforme seu conhecimento, o indicado é instruí-los para comportar-se conforme as normas.
Informação e comunicação é o ponto alto dos controles internos e contábeis em uma organização. Devemos avaliar de que forma a informação transita e como tomamos decisões. A alta administração possuiu um grau de importância absurda na implementação de controles internos e compliance, contudo necessitam dar o exemplo para que sejam seguidos pelos colaboradores internos.
Engajamento, comprometimento e competência não se compram no mercado, ao contrário, são qualificações que se conquistadas com dedicação e persistência. Podemos determinar o grau de confiabilidade de nossa empresa através do perfil do profissional na busca pela exelência, respeito às regras e normas e comprometimento com a empresa.
Por esse motivo evidenciamos a cada dia a importância dos controles internos na organização, pois a necessidade aumenta diariamente,e com ela as falhas e riscos operacionais também, em certas ocasiões, mais rápido que os controles. Pense nisso!
*Marcos Assi é Professor do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, Consultor de Governança, Riscos Financeiros e Compliance da Daryus Consultoria. e autor do livro “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” (Saint Paul Editora).