Soluções sustentáveis: o mundo das startups verdes.

As startups verdes nasceram com o objetivo de criar produtos, serviços e tecnologias voltados para reduzir o impacto ambiental das atividades humanas. De acordo com levantamento da plataforma Climate Ventures, havia em 2023 por volta de 220 negócios com esse perfil no Brasil. Elas operam em diversas áreas, como energia renovável, gestão de resíduos, agricultura, mobilidade elétrica, conservação de recursos naturais e construção. Mas, apesar de serem essenciais para a transição para uma economia mais sustentável, esse modelo de negócio enfrenta alguns desafios, como a falta de investimentos.

A implementação de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) tornou-se uma prioridade crescente para empresas ao redor do mundo. Mas adotar e integrar esses critérios nas operações diárias não é uma tarefa simples. Nesse sentido, as startups verdes desempenham um papel crucial ao desenvolver soluções para o enfrentamento de desafios ambientais específicos.

Também chamada de Greentechs, essas empresas começaram a ganhar destaque no início do século XXI, impulsionadas pelo reconhecimento crescente dos impactos negativos das atividades humanas no meio ambiente.  Elas utilizam a tecnologia para resolver ou mitigar problemas ambientais, sejam das suas próprias operações ou para criar produtos e serviços que ajudem a preservar o planeta. 

As soluções criadas por essas iniciativas permitem, por exemplo, que as empresas gerenciem melhor os riscos ambientais e atendam aos requisitos regulatórios. Isso inclui uma variedade de soluções inovadoras, como:

  • Desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e acessíveis para a geração de energia solar e eólica.
  • Soluções para armazenamento de energia, como baterias de longa duração e sistemas de armazenamento de energia em larga escala.
  • Técnicas de cultivo que utilizam menos espaço e recursos, permitindo a produção de alimentos em áreas urbanas.
  • Uso de tecnologia, como drones e sensores, para monitorar e otimizar o uso de água, fertilizantes e pesticidas.
  • Novas maneiras de reciclar materiais difíceis, como plásticos e eletrônicos.
  • Modelos de negócio que reutilizam, reciclam e reaproveitam produtos e materiais ao invés de descartá-los.
  • Desenvolvimento de carros, bicicletas e scooters elétricas.
  • Novas tecnologias para purificação e dessalinização de água de maneira eficiente e sustentável.
  • Sistemas para monitoramento e gestão eficiente do uso da água em diferentes setores.
  • Desenvolvimento de materiais de construção sustentáveis, como tijolos de plástico reciclado ou concreto verde.
  • Desenvolvimento de data centers que utilizam menos energia e recursos.
  • Ferramentas que ajudam empresas e indivíduos a monitorar e reduzir sua pegada de carbono.

No Brasil, o ecossistema de startups verdes está em ascensão, impulsionado pelo crescente interesse da sociedade, investidores e governos na sustentabilidade. À medida que as questões ambientais se tornam cada vez mais urgentes, a demanda por soluções inovadoras que minimizem o impacto ecológico e promovam o uso eficiente dos recursos naturais também aumenta.

Mas o papel dos investidores é crucial para o crescimento dessas startups. Além disso, o apoio governamental, por meio de políticas públicas e incentivos fiscais, é fundamental para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de tecnologias verdes. A sociedade também desempenha um papel importante ao exigir que as empresas sejam mais sustentáveis em seus processos. 

Apesar do cenário promissor, as startups verdes no Brasil ainda enfrentam desafios significativos, como a necessidade de mais apoio técnico e financeiro, além de mais integração de práticas ecologicamente corretas nas cadeias produtivas tradicionais. Superar esses obstáculos é fundamental para que as empresas desse ecossistema possam sobreviver e liderar a transição para uma economia mais sustentável no Brasil.