Governança Corporativa: o pilar central do ESG

Ter uma governança corporativa sólida é essencial para a longevidade e sustentabilidade das empresas. Quando bem implementada, ela constrói confiança, protege a reputação e melhora o desempenho financeiro. Por outro lado, a sua ausência pode levar a uma série de problemas graves, desde fraudes e escândalos financeiros até crises de reputação e perda de valor de mercado. Casos recentes mostram como a falta do G, do ESG, pode resultar em consequências
devastadoras.

A governança corporativa (G) é o elemento estrutural que sustenta as práticas ambientais (E) e sociais (S) nas organizações. Enquanto o “E” e o “S” são voltados para o impacto externo das empresas, o “G” se concentra no coração da operação: como as decisões são tomadas, quem as toma e com que nível de transparência e responsabilidade.

Uma governança sólida permite que os compromissos ambientais e sociais sejam mais do que promessas vazias. Quando bem implementada, ela garante que as políticas ESG sejam integradas ao core business da empresa, criando uma base sólida para a sustentabilidade e o impacto positivo no longo prazo.

Essa solidez é fundamentada em diretrizes claras e bem definidas. De acordo com o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), cinco princípios são essenciais: Transparência, Responsabilização (Accountability), Equidade, Sustentabilidade e Integridade — este último inserido na revisão do Código, em agosto de 2023. 

O novo princípio refere-se a praticar e promover o contínuo aprimoramento da cultura ética na organização, evitando decisões sob a influência de conflitos de interesses, mantendo a coerência entre discurso e ação, além de preservar a lealdade à organização e o cuidado com suas partes interessadas, com a sociedade em geral e com o meio ambiente.

Práticas de governança corporativa

Empresas que adotam práticas robustas de governança estão melhor posicionadas para enfrentar os desafios ambientais e sociais, ao mesmo tempo em que constroem confiança e credibilidade com seus stakeholders. Veja alguns exemplos:

  • Comitês de Governança: a criação de comitês específicos, como de auditoria, risco e sustentabilidade, ajuda a supervisionar as práticas ESG e garantir que elas estejam alinhadas com a estratégia do negócio.
  • Independência do Conselho: a presença de membros independentes no conselho de administração é crucial para evitar conflitos de interesse e garantir uma governança equilibrada.
  • Remuneração executiva alinhada ao ESG: integrar métricas ESG nas estruturas de remuneração dos executivos pode garantir que a liderança esteja diretamente motivada a alcançar resultados sustentáveis.
  • Engajamento com Stakeholders: uma governança forte exige um diálogo contínuo e construtivo com todas as partes interessadas, incluindo acionistas, funcionários, clientes e a comunidade em geral.
  • Políticas de Diversidade e Inclusão: incorporar políticas que promovam diversidade e inclusão na liderança e nos conselhos é uma prática de governança moderna e eficaz.
  • Sistemas de Controles Internos e Compliance: a implementação de sistemas robustos de controles internos e de compliance é fundamental para mitigar riscos e garantir que a empresa esteja em conformidade com leis e regulamentos.
  • Responsabilidade Social e Sustentabilidade: incorporar a sustentabilidade nas estratégias de negócio é uma prática que está cada vez mais ligada à governança. 

No ambiente empresarial atual, a governança corporativa é mais do que uma exigência regulatória, é um diferenciador competitivo.