ESG e contábeis: tudo sobre as normas IFRS S1 e IFRS S2

Atualmente, muito se fala sobre ESG no mundo dos negócios. Afinal, é um tema de extrema importância, que traz benefícios econômicos, sociais e ambientais, atendendo às demandas e às expectativas dos consumidores, dos investidores e da sociedade.

Quando olhamos para o ramo de contábeis, as normas de sustentabilidade ambiental oferecem uma visão clara para que as organizações se mobilizem em prol do meio ambiente.

Quer saber mais sobre a conexão entre esses temas e o papel da sustentabilidade na contabilidade? Então acompanhe este texto com a Trevisan e conheça mais sobre a IFRS S1 e S2!

Por que as normas de sustentabilidade ambiental foram criadas?

Visto que o cenário das normas contábeis era muito diverso, com o uso de vários frameworks para a divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade (como, por exemplo, o GRI, o SASB, o TCFD, entre outros), era comum que a comparabilidade de dados entre empresas fosse difícil.

As múltiplas abordagens de relatórios de contabilidade abriam a possibilidade de omitir informações relevantes nas tomadas de decisão e avaliação dos negócios. Ou seja, era difícil indicar se as empresas eram sustentáveis no médio e longo prazo, gerando incerteza principalmente entre investidores.

Frente a isso, surgiu a necessidade de que as organizações apresentem dados que reflitam, da forma mais precisa possível, os compromissos e as metas assumidas com o mercado.

Foi nesse cenário que a International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) anunciou, em novembro de 2021, a criação do International Sustainability Standards Board (ISSB) para obter informações financeiras que se relacionam com a sustentabilidade e fatores climáticos de forma mais consistente, completa, comparável e verificável.

É aí que tudo começa a mudar, uma vez que o ISSB visa desenvolver normas que permitam a divulgação de informações de qualidade e, em 26 de junho de 2023, são publicadas as duas primeiras normas de sustentabilidade do órgão: a IFRS S1 e a IFRS S2.

O Brasil é o primeiro país em todo o mundo a adotar essas normas, começando de forma optativa a partir de janeiro de 2024, e tornando-as obrigatórias em janeiro de 2026.

Além de representarem um avanço significativo na divulgação de informações sobre sustentabilidade e clima, as normas têm como missão harmonizar e simplificar os relatórios, representando uma linha global para as divulgações de sustentabilidade e atendendo as necessidades dos investidores, que cada vez mais consideram o ESG em suas decisões de alocação de capital.

O que diz a IFRS S1?

A IFRS S1, Requisitos Gerais de Divulgação de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade, estabelece requisitos para a divulgação de dados financeiros que envolvem a sustentabilidade.

A norma fornece informações úteis, confiáveis e comparáveis sobre as atividades de sustentabilidade das empresas, o que inclui as políticas, estratégias, riscos e oportunidades relacionadas a práticas e desenvolvimentos sustentáveis.

Logo, a IFRS S1 procura ajudar os usuários das demonstrações financeiras a avaliar a capacidade da empresa de criar valor no longo prazo, considerando fatores ambientais, sociais e de governança.

Para isso, a base são os quatro pilares usados no modelo TCFD: governança, estratégia, gestão de risco, métricas e metas. Enquanto os três primeiros são qualitativos, o quarto pilar requer que as empresas revejam os padrões de medidas quantificáveis para oferecer informações aos investidores sobre como está sendo feita a medição de sustentabilidade da empresa.

Outra mudança importante é a exigência de que as empresas forneçam informações sobre a governança de sustentabilidade. Isso inclui informações sobre a estrutura de governança, os papéis e responsabilidades dos membros do conselho e da administração, e os processos de tomada de decisão relacionados à sustentabilidade.

E a IFRS S2?

A IFRS S2, Divulgações Financeiras Relacionadas à Mudança Climática, tem os mesmos quatro pilares da norma anterior e deve ser abordada em conjunto com a IFRS S1 (evitando informações duplicadas). Seus principais objetivos são:

  • Identificar e avaliar os riscos e as oportunidades climáticas;
  • Estimar o impacto financeiro desses riscos e oportunidades;
  • Divulgar estratégias e ações para gerir esses riscos e aproveitar as oportunidades.

A norma incentiva as empresas a adotar uma abordagem de análise de cenário em relação ao clima, analisando suas circunstâncias particulares, exposição a riscos e oportunidades e habilidades, capacidades e recursos disponíveis.

Para isso, é necessário ter a divulgação de análises qualitativas e quantitativas sobre riscos e oportunidades climáticas.

Sendo assim, a IFRS S2 gera um impacto significativo nas demonstrações financeiras das empresas, pois exige a divulgação de informações mais detalhadas sobre os riscos e oportunidades relacionados ao clima.

As organizações devem fornecer informações sobre suas emissões de gases de efeito estufa, uso de recursos naturais e outros fatores ambientais que podem afetar seu desempenho financeiro.

Além disso, a norma impacta a maneira como as empresas avaliam seus ativos e passivos relacionados ao clima, podendo causar mudanças significativas nas demonstrações financeiras.

Onde me atualizar sobre esse tema?

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