Contador, fraudes, índole e conduta ética
Ao ler no Estadão de domingo, dia 22 de julho de 2012, me deparo com esta noticia:
“Contador de 45 anos, dono de um patrimônio declarado inferior a R$ 200 mil, é a peça que falta para as investigações da Operação Monte Carlo, que levou à prisão Carlos Augusto Ramos e mais 79 pessoas no dia 29 de fevereiro.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Geovani era responsável por receber o dinheiro arrecadado do jogo ilegal e fazer pagamentos da organização criminosa. Calcula-se que a movimentação da quadrilha chegou aos bilhões de reais.”.
E dias atrás nos deparamos com mais uma denuncia de fraudes contábeis no Banco Cruzeiro do Sul, e no dia 16 de julho de 2012, o Jornal Valor Econômico publicou:
“Até agora, foram levantados R$ 1,6 bilhão em operações fraudulentas de crédito, sendo que algumas tiveram origem oito anos atrás. Fora isso, ainda há no Cruzeiro do Sul cerca de R$ 900 milhões em problemas como patrimônio superestimado, provisões inferiores às necessárias e passivos tributários. No início da intervenção, calculava-se que o banco teria R$ 1,3 bilhão em créditos falsos.”
Bom até quando vamos nos deparar com este tipo de noticias? Até quando nós contadores, me incluo, pois sou atuante, vamos permitir estas manchas em nossa vida profissional pela ausência de índole e conduta ética, por alguns milhares de reais? Será que vale a pena tal humilhação? E o que estes profissionais vão dizer a seus filhos a origem do dinheiro e porque a mídia esta detonando seus nomes?
Como diz Marilena Chaui, 1997:
“Podemos definir ética como os estudos dos juízos de apreciação referentes à conduta humana. Normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. Já a moral como o conjunto de regras de conduta ou hábitos julgado válidos para a pessoa determinada.
Numa explicação mais simples a ética é tudo aquilo que é visto como correto pela sociedade como um todo e a moral está relacionada ao indivíduo, é algo particular. A ética surge da base moral coletiva.”
Dentro desta linha gostaria de solicitar a todos que tem o poder de fazer algo diferente, que comecem a fazer, pois a mudança depende de cada um de nós, portanto contadores, as fraudes contábeis acontecem, pois permitimos que sejamos utilizados para estes fins sórdidos e ilícitos, devemos dar um basta, pois o nosso nome é uma das riquezas que possuímos, não tem preço.
Como acontece no comercial da Mastercard:
Mensalidade do Curso de Ciências Contábeis R$ 500,00, Anuidade do CRC R$ 380,00, e a honestidade não tem preço, #pensenisso.
* Marcos Assi é professor do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios” pela (Saint Paul Editora) e consultor de finanças do programa A Grande Idéia do SBT. Diretor e Consultor da Daryus Consultoria e Treinamentos.