Reputação e confiança são, hoje, alguns dos ativos mais valiosos de uma organização. Em um ambiente de negócios cada vez mais exigente e exposto, construir uma imagem sólida vai muito além do marketing ou da entrega de bons produtos e serviços: envolve ética, transparência e responsabilidade em todos os níveis da empresa. Nesse contexto, os programas de compliance se consolidam como ferramentas estratégicas de governança, prevenção de crises e proteção da imagem institucional.
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Nos últimos anos, o compliance evoluiu de uma função de controle normativo para se tornar um instrumento de gestão de riscos, fortalecimento da cultura organizacional e geração de valor. Segundo a 6ª edição da pesquisa “Maturidade do Compliance no Brasil”, realizada pela KPMG, 65% das empresas brasileiras já contam com uma área estruturada de compliance — um avanço considerável em relação aos 40% registrados em 2015. Ainda assim, a maioria das organizações (68%) revisa seus programas apenas uma vez por ano, o que pode ser insuficiente frente aos riscos emergentes em ritmo acelerado.
Esses riscos, por sua vez, tornaram-se mais complexos e abrangentes. Vão desde fraudes financeiras até questões ligadas à proteção de dados, assédio no ambiente de trabalho, violações de direitos humanos e impactos socioambientais ao longo da cadeia produtiva. Em meio a esse cenário, o relatório “Global Integrity Report 2024”, da EY, destaca que 47% dos profissionais brasileiros já se sentiram pressionados a não denunciar irregularidades e que 38% conhecem colegas que aceitariam práticas antiéticas para obter vantagens. Esses dados evidenciam que, mesmo com avanços estruturais, ainda há uma lacuna significativa entre as políticas formais e o comportamento prático nas organizações.
A tecnologia tem desempenhado papel central nessa transformação. Ferramentas de automação, análise de dados e inteligência artificial vêm sendo cada vez mais incorporadas aos programas de compliance para garantir monitoramento contínuo, detecção de anomalias e respostas rápidas a desvios. Ainda segundo a EY, mais da metade das empresas brasileiras (51%) já utiliza IA em seus programas de integridade — percentual bem acima da média global, que é de 29%. No entanto, esse avanço tecnológico também traz novos dilemas éticos, como o risco de viés algorítmico, falta de transparência nas decisões automatizadas e desafios regulatórios.
Outro movimento importante é a integração entre compliance e as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Relatório da Deloitte publicado em 2024 aponta que 51% das empresas brasileiras estão antecipando adaptações para atender às exigências de novos marcos regulatórios de sustentabilidade, como a Diretiva Europeia de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD). Isso tem exigido das áreas de compliance uma atuação mais estratégica, voltada à avaliação de riscos não financeiros e à construção de mecanismos de accountability sobre temas como diversidade, direitos humanos e clima.
Nesse cenário, o perfil do profissional de compliance também se transforma. Além do domínio técnico sobre normas e legislações, ele precisa ter visão analítica, pensamento sistêmico, habilidades em tecnologia e, sobretudo, um forte senso ético. Além disso, o uso de inteligência artificial é considerado competência fundamental para os profissionais da área.
Mas a tecnologia, por si só, não resolve os dilemas éticos das organizações. É necessário que a liderança esteja comprometida com a cultura da integridade, que haja transparência nos processos e que a governança seja efetiva. A confiança do público, dos consumidores e dos investidores se constrói com coerência entre discurso e prática, com ações preventivas e com respostas firmes diante de condutas irregulares.
A era do compliance como diferencial competitivo já começou. Mais do que nunca, as organizações estão sendo cobradas por coerência, agilidade e ética — não apenas em seu core business, mas também nas suas relações com o meio ambiente, com seus colaboradores, com a sociedade e com os dados que produzem. Para os profissionais que atuam ou desejam atuar nessa área, o desafio é constante: manter-se atualizado, desenvolver uma visão estratégica e estar preparado para lidar com situações complexas, onde não há respostas fáceis.
Nesse contexto, o aprofundamento técnico e o olhar multidisciplinar são diferenciais importantes. O MBA em Governança, Riscos e Compliance, oferecido pela Escola de Negócios Trevisan, é uma formação que integra conhecimento jurídico, gestão de riscos, análise de dados, ESG e tecnologia, preparando profissionais para enfrentar os desafios éticos e operacionais das organizações modernas. O curso está com matrículas abertas e é voltado para quem busca se destacar em um dos campos mais estratégicos do mercado atual.
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