Qual o tamanho de sua ética? Será que tem limite?
Esta questão vem de encontro ao nosso momento social, organizacional e politico, pois semana passada uma pesquisa sobre ética nas empresas revelou dados com potencial para gerar, no mínimo, um desconforto nas organizações, afinal mais da metade dos profissionais das companhias brasileiras tendem a conviver sem restrições com a falta de ética.
Nesta pesquisa apontou um dado mais assustador, que 80% dos funcionários poderiam cometer algum ato antiético, isso leva a crer que são pessoas que não têm a ética como um princípio inabalável independentemente da situação e ainda não para por aí, segundo a pesquisa, 69% dos funcionários demonstram alguma flexibilidade em sua aderência aos princípios éticos e normas de conduta da organização.
Portanto podemos afirmar sem sombra de duvida, que sob pressão ou diante de alguma oportunidade com baixo risco de um flagrante, eles seriam lenientes ou mesmo participariam de uma fraude, desvio de informações ou qualquer tipo de situação eticamente inadequada.
O levantamento foi feito pela primeira vez pela ICTS, o estudo levou em consideração as respostas dadas por 3.211 profissionais em 45 empresas. Entre 2010 e 2012, eles responderam um questionário com 140 perguntas e passaram por uma entrevista, metade dos participantes ocupava um cargo de gestão, e a outra metade um cargo técnico e operacional.
O mais interessante que mesmos com processos de controles e riscos, falta de postura e/ou conduta ética ainda é uma área a ser explorada, pois necessitamos conhecer o negócio, e quando evidenciamos negócios, dizemos processos, sistemas, produtos, pessoas e modelo de gestão.
Mas será que somente mecanismos de controles podem reduzir as fraudes e desvios de conduta? Acredito que ajuda, mas se evidenciarmos as possibilidades de conluio entre colaboradores, as dificuldades aumentam muito mais.
Por exemplo, caminhando na direção das manifestações contra a corrupção, podemos solicitar um pouco de ética de nossos políticos, pois além de altos salários que recebem, eles têm direito a atendimento médico ilimitado, passagens aéreas, carro alugado, combustível, conta de telefone paga pelo estado e auxílio-moradia e boa parte destes gastos sem necessidade de comprovação, engraçado que nós trabalhadores temos que pagar com nosso salário assistência médica, despesas, aluguel, impostos diversos e até nossos ternos temos que comprar com nosso dinheiro e eles não.
Agora pergunto isso é ético? Por que os gastos não saem de seus salários? Temos 13º salario e eles 14º e 15º, será que isso é ético? Como 505 dos 513 deputados vêm de outras unidades da Federação, a Câmara garante R$ 3 mil mensais para que os beneficiários paguem o aluguel de um imóvel ou a conta de um hotel. A Casa legislativa dispõe ainda de 432 apartamentos funcionais e, para mantê-los, gastou R$ 30 milhões desde 2008. Essa benesse está bem longe da realidade da maioria dos brasileiros.
Para fazer tudo dentro da ética e conduta, é necessário exemplos de todos nós, dentro de nossa casa com os filhos, nas escolas, no trabalho e principalmente nossos governantes que se escondem na personificação de representantes do povo, mas na realidade representam seus próprios interesses, e no mundo corporativo acontece assim também, #pensenisso.
* Marcos Assi é consultor da MASSI Consultoria – Prêmio Excelência e Qualidade Brasil 2013, professor de MBA de GRC da Trevisan Escola de Negócios, entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios”. www.massiconsultoria.com.br