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Trevisan Escola de Negócios quer transformar o que chamamos de educação – e isso interessa à sua empresa.
Edson Rossi 03/04/20 – 11h30
Alguém em algum lugar faz algo. E é assim que tudo começa. À frente da Trevisan Escola de Negócios, VanDyck Silveira quer construir essa diferença. Para tanto, poderia ter escolhido caminhos conceituais e teóricos. Ele preferiu à lá Engels: com ação. No fim de semana em que o governo de São Paulo declarou reclusão e fechamento de atividades econômicas por 15 dias, ele reuniu professores, seu time de tecnologia e remodelou todas as disciplinas presenciais – a Trevisan tem aulas presenciais e a distância (EAD) – para que nenhum estudante perdesse conteúdo. “Respondemos imediatamente. Nenhum aluno ficou a pé”, diz. “Vamos ver o que aconteceu nas universidades federais, estaduais e muitas particulares: suspenderam as aulas, e a gente não sabe por quanto tempo. É um total despreparo e descaso.” Para ele, o ensino superior está distante da pessoa comum.
Assim que assumiu a escola, em janeiro do ano passado – ele é um dos sócios –, VanDyck (pronuncia-se ‘van-di-que’) transformou o currículo dos cursos de graduação da Trevisan, o de Administração e o de Contabilidade. Das 4.000 horas de cada grade, pelo menos 600 (15%) serão dedicadas a disciplinas como Big Data, Inteligência Artificial e Internet das Coisas. E não por meio de encontros apenas teóricos. Mas de aplicações.
A ânsia por transformar cada aula numa solução vem de seus tempos como CEO da Corporate Learning Alliance (atual Headspring), joint-venture entre o londrino Financial Times e a IE Business School, em Madri, uma das escolas líderes no mundo da educação corporativa. “Criamos uma empresa focada nas 5 mil maiores companhias do mundo”, diz. Tinha o que ele chama de educação com consequências reais para as organizações. Os alunos eram estimulados e preparados para executar a estratégia das companhias. “Não era apenas usar o livro de RH, de Finanças ou de Marketing. É aquilo que a empresa precisa saber para executar uma estratégia personalizada, não genérica.”
Aproximar-se do FT, um dos veículos ícones do universo da economia e das finanças, cujas origens remontam a 1888, levou VanDyck a atuar no processo de transformação digital do jornal. “Ajudamos o Financial Times a encontrar sua posição como um portal de suporte a decisões dos agentes de mercado – empresários, banqueiros, executivos, traders.”
A versão impressa do jornal foi mantida, mas o foco passou a estar no serviço de insights de dados, de análises. “Algo que vai muito além da notícia pura”, diz. Essa inquietação ele pretende impregnar na Trevisan. Seja nos cursos de graduação ou nos de pós-graduação e educação executiva, com versões presenciais, on-line e in company. “Em um futuro próximo, somente escolas, colégios e universidades híbridas existirão. Aquelas que insistirem em modelos 100% presenciais desaparecerão.”
SÓCRATES VanDyck ataca um ponto inquestionável. Poucas indústrias se mantêm operando no mesmo modelo e formato de entrega de serviços, desde que foram inventadas, como as do segmento de educação. “Não mudou nada desde Sócrates”, afirma. Por esse motivo ele acredita que a hora da disrupção do setor chegou. “Com tecnologia de ponta e pedagogia especializada – no desenvolvimento de crianças, jovens e executivos –, a experiência de aprender e fixar o conhecimento será única, melhor e mais duradoura.”
Ao todo, a Trevisan Escola de Negócios já soma 5 mil alunos, com 200 professores. Sem fazer previsão em número de matriculados, ele prefere falar de alcance. Até 2025, a partir do investimento em Educação a Distância, quer atingir o Brasil todo. Mas não descarta aquisições ou mesmo parcerias e fusões para o crescimento, apesar de ainda apostar no avanço orgânico. O faturamento em 2019 foi de R$ 25 milhões.
De duas características, porém, não abrirá mão. O olhar pragmático e a velocidade. Para VanDyck, isso tem a ver com o DNA da Trevisan. “Somos a única escola de negócios do Brasil que nasceu dentro uma grande empresa de consultoria.” O que o obriga, paralelamente, a buscar um perfil bem específico para seu quadro docente. “Nossos professores têm conhecimento sui generis, ninguém é 100% acadêmico ou 100% mercado.” E remete também a uma previsão de Antoninho Marmo Trevisan, fundador da consultoria. “Cada vez mais, as empresas serão escolas e as escolas serão empresas. Só faltava abraçar a tecnologia.” Foi o que ele fez. “Não temos medo.”
“A revolução passa pela fluência digital”
VanDyck Silveira fez 47 anos dia 25 de março, uma quarta-feira. Passou os dias da véspera envolvido em como evitar que qualquer aluno seu perdesse uma aula por causa da crise do coronavírus. Com 20 anos de experiência em educação superior e executiva, comanda a Trevisan Escola de Negócios.
O que pretende deixar como marca na Trevisan?
Que seja a primeira escola de negócios reconhecida pela sua capacidade de aplicar a ciência de dados e a Inteligência Artificial como parte integral e profunda da formação de seus alunos.
O senhor costuma dizer que instituições, inclusive renomadas, estão amarradas a um modelo industrial e pretende que a Trevisan forme alunos para liderar a Indústria 4.0. Como?
A revolução passa pela fluência digital e pela possibilidade de fazer operações digitais. Todos os nossos programas ganharam uma considerável quantidade de horas em transformação digital.
Num país de estruturas de ensino tão engessadas, o que seria preciso mudar?
Conteúdos mais pragmáticos, conectados com a realidade. Precisamos que as crianças, desde pequenas, sejam estimuladas ao bom desenvolvimento cognitivo, que possam ter reforço em Matemática, que possamos ter desde cedo os olhos para a ciência.
Esse novo aluno já acompanhou a mudança?
Ainda temos alunos que se imaginam 100% de um lado (curso presencial) ou do outro (EAD). Mas todos são “blended”. Talvez, a Covid-19 tenha um lado positivo, por acelerar um modelo híbrido.
O mundo acadêmico brasileiro está descolado do mundo real?
Universidades mundo afora estão descoladas do mundo real, mas no Brasil é mais acirrado. Algumas universidades ainda apresentam ranço ideológico, dificuldade de lidar com executivos, com projetos que tenham fins lucrativos.
Se fosse estudar hoje, o que faria?
Uma trilha com Economia, Matemática, Estatística, Psicologia, Neurociência e, no campo das Ciências Humanas, Filosofia Oriental. O modo de pensar oriental pode nos ensinar muito.
Fonte: Isto É Dinheiro – Confira a matéria