Você quer ser águia?

Desde que decidi mudar o rumo da minha carreira, abrindo negócio próprio e “mudando de lado” – explicando melhor, antes eu entrevistava pessoas e hoje auxilio aqueles que serão entrevistados ou participarão de processos seletivos – tenho encontrado grandes desafios e também enormes supresas. Uma delas tem sido conhecer pessoas maravilhosas, entre elas, o Sidnei Oliveira.
O conheci em um evento sobre Recursos Humanos e, como sempre indico a meus orientandos, conversamos um pouco e trocamos cartões, mas confesso que naquele dia ainda não sabia bem quem ele era. O fato é que, ao pesquisar melhor sobre o Sidnei, constatei que ele é uma das pessoas mais entendidas sobre gerações, especialmente a Y, e desde então comecei a ir em palestras, comprar seus livros e tenho sempre aprendido algo com ele.
Estive no lançamento de seu último livro “Geração Y. Ser potencial ou ser talento? Faça por merecer”, e ele contou no bate-papo inicial uma história que está nas primeiras páginas do livro, que fala sobre a forma como a águia cria/ educa seus filhotes.
Em resumo, quando a águia percebe que seus filhotes já estão prontos e na verdade já nem cabem todos mais no ninho, ela atira o filhote para fora (lembrando que os ninhos de águia são geralmente nos pontos mais altos de penhascos) e ele começa a cair. Sem entender como a mãe desnaturada poderia fazer algo assim ele, de repente, percebe que tem asas e que pode voar sozinho. Percebe ao mesmo tempo que a águia estava bem perto observando se ele voaria, mas o deixando tentar. O filhote fica muito feliz com sua nova habilidade e, chegando ao chão, recebe mais um desafio: agora é hora de encontrar sua própria comida, coisa que ele nunca tinha feito até então. Novamente, depois de muitas tentativas, consegue capturar um pequeno camundongo e se alimenta. Mais uma vez orgulhoso e certo de que era só por aquele dia, a águia diz: agora vamos voltar para o ninho! Ele fica feliz pois agora já sabe voar, a diferença é que ao cair ele aprendeu a abrir as asas e se equilibrar até chegar ao chão. Para voltar ele terá que subir e bater, bater muito as asas. E então, achou fácil?
A boa notícia para este filhote é que ele tem uma excelente mãe, que o joga para os desafios quando ele está pronto, o acompanha, mas deixa tentar e aprender! Este não é o jeito mais fácil de crescer, mas certamente funciona.
Precisamos agradecer pela mãe, pai, chefe, irmão, colega, amigo, avó, tio e todos que são assim conosco. É muito mais fácil e confortável ter alguém olhando e fazendo tudo por nós, e existe um outro animal, que também tem asas, mas que as usam somente para manter seus filhotes protegidos. Esse nunca aprende a voar, mesmo tendo condições muito parecidas com a águia. Você sabe de qual ave estamos falando?
E aí, que animal você quer ser?