Entendendo o negócio e implementando controles

Hoje vou relatar aqui um pouco do que tenho visto ultimamente em meus trabalhos e aulas. Muita gente me pergunta: “Como posso implementar controles internos, tenho muita dificuldade, pois já li seu livro, artigos, e participo de varias palestras e congressos, mas as duvidas persistem”.

Bom, vamos por partes, uma coisa muito importante é entender o negócio, e nisso incluímos processos, pessoas, regulamentos internos e externos, a cultura da administração e os riscos envolvidos.

Mas até aí nenhuma novidade, creio eu, entretanto as pessoas pecam em partir para implementação de normas e procedimentos sem a devida informação organizacional em mãos, mas o que é isso? O negócio, como funciona, as receitas são oriundas de que atividade? E as despesas são provenientes de que fontes? Por isso é importante entender que a empresa necessita de resultado para a sua manutenção e sustentabilidade. Fica aqui uma pergunta, você já viu o plano de negócios de sua empresa?

Cada controle implementado na empresa se transforma de uma maneira ou de outra em relatório ou numero, devemos buscar alinhar conduta, ética, normas e procedimentos à resultados (lucros), sem isso não existe empresa. Flexibilizar controles não significa negligenciar, pelo contrario, fazer o negócio girar com informações tempestivas e seguras, mas como podemos entender o negócio e implementar controles?

Acredito que seja simples, fazendo parcerias, pois não sabemos tudo, mas devemos conhecer quem sabe, o segundo passo, lembremos que bons controles são oriundos de bons mapeamentos de processos, afinal todos temos procedimentos em nossos trabalhos, boa parte em nossas cabeças, então devemos documentar isso até mesmo para aprendizado dos novos colaboradores, ou você acha que vai ficar a vida inteira fazendo a mesma coisa?

Se a sua intenção não é criar raízes na mesma cadeira, deve ser um dos primeiros a buscar a mudança de postura e cultura. Crescimento profissional não é fácil, mas deve ser uma meta.

Sei que a área comercial busca negócios, mas nem todo mundo faz “esqueminhas”, muitos trabalham com seriedade e devemos então facilitar a geração de receitas e propor controles mais eficazes e menos burocráticos. A revisão dos controles se faz presente nestas situações e devemos estar ao lado de quem proporciona o giro financeiro da empresa, afinal negócio mal feito gera riscos de crédito, inadimplência, garantias, despesas de cobrança, judiciais, imagem, entre outras.

Portanto, as áreas de controladoria, fiscal, compliance e controles internos, riscos, auditorias, tesouraria e TI, devem se alinhar na busca por resultados com controles mais efetivos e íntegros, para que a tomada de decisão seja mais eficiente e o conhecimento da performance da empresa seja conhecido e gerenciado com competência. Não adianta implementar controles por questões de legislação, mas entender onde meu negócio se adapta a lei.

Tudo isso é uma questão de conceitos, devemos rever os nossos o quanto antes, na busca de redução dos conflitos internos e realmente demonstrar que controles internos, contabilidade, finanças, riscos e conformidade devem ser tratados como parte de um processo organizacional, todos tem a mesma importância, a diferença é o peso que damos à eles. Pense nisso.

* Marcos Assi é professor do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios” pela (Saint Paul Editora) noite de autógrafos, dia 25 de junho, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, e consultor de finanças do programa A Grande Idéia do SBT.