Contabilidade, Auditoria, Controles Internos, Conduta e ética, estamos preparados para as críticas?
Há algumas semanas estava palestrando em um evento para auditores sobre gestão de riscos: prevenir ou corrigir? Este foi o tema de meu ultimo artigo. E como sempre algumas pessoas não entendem ou não compreendem o nosso recado, por isso faço neste momento um ajuste em meu discurso.
Quando evidenciamos as falhas de conduta e ética de alguns colegas contadores, e obviamente estes fatos ocorrem com balanços auditados por uma empresa de auditoria independente, quero deixar bem claro que não quero fixar o alvo em nenhuma delas, mas alguém perguntou para mim sem fiquei feliz com a matéria na mídia?
A resposta é logico que não gosto, pois sou contador de formação e mesmo no período que exerci a minha função como auditor interno, fico muito chateado, pois tenho vários amigos auditores independentes, e a imagem fica híper arranhada, não é verdade?
Mas, quando fazemos referência que alguém falhou, muitas pessoas ficam chateadas ou melindradas com a forma que evidencio o assunto, será que deveria fazer de conta que nada aconteceu, pelo contrario, faço questão de evidenciar que existe a necessidade de mudança no processo de auditoria e melhoria na conduta e ética dos contadores e dos gestores.
Em certos momentos fico com muita vontade de fazer como muitos e não expor minha opinião, mas acredito que tenho uma responsabilidade de comentar e às vezes criticar estas posturas de brincar de faz de conta nas gestões corporativas.
A gestão de riscos por mais básica que pareça, ainda vejo profissionais falando de risco, mas não prática a gestão de riscos preventiva não acontece, antes que alguém fique muito bravo, nem tudo é ruim, mas pode ser melhorado.
Agora voltando para o tema do artigo, como podemos auditar um cliente se não possuo conhecimento pleno do negócio e da possibilidade de “desvio de conduta”, e da “contabilidade criativa” (fraude) entre outras, segue aqui alguns casos para evidenciar a minha indignação e para que alguém me explique como aconteceram.
Podemos citar: o caso da Enron e Arthur Andersen (2002), a Parmalat com fraudes contábeis (2003), os controles do Société Générale antes da fraude falharam, diz ministra (2008), derivativos levam Sadia e Aracruz a prejuízos bilionários em 2008, três diretores da empresa indiana de outsourcing em TI Satyam foram presos acusados de fraudes bilionárias (2009), Índia prende 2 contadores da PwC por fraude da Satyam (2009), Banco PanAmericano com fraude de R$ 5 Bilhões (2010), e o Banco Cruzeiro do Sul com fraudes contábeis e gestão fraudulenta (2011), não sou eu que sou deselegante ao falar, os fatos falam mais alto do que eu.
Portanto a fraude contábil acontece por que o contador aceita fazer, e as auditoria devem melhorar seus processos para que o risco de auditoria, imagem e reputação não afetem seus negócios e receitas, mais uma vez devemos ser mais coerentes e mais conservadores no que tange a falhas operacionais, somente uma mudança de postura não basta, devemos praticar a conduta moral e ética profissional para que possamos mudar o mundo, afinal 2013 é o ano da contabilidade.
* Marcos Assi é Sócio-Diretor da MASSI Consultoria, professor de MBA na Trevisan Escola de Negócios, entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios” .