Conduta Ética: Quando a prática não corresponde ao discurso

Pode parecer repetitivo, mas muitos sabem do que estamos falando, afinal existem algumas pessoas e empresas representadas por pessoas, que no discurso, parecem outra pessoa, e na prática fazem tudo diferente. Alguém saberia identificar os motivos?

Acredito que tenho a resposta, interesses pessoais, e neste momento fico aqui pensando por que as pessoas fazem isso, entretanto muitos dos nossos problemas são causados por motivos alheios a nossa vontade e conhecimento, mas quando levamos este pensamento para o mundo corporativo, as desilusões e decepções aumentam mais e mais.

Pois quando se inicia algum processo de negócio, no começo é tudo maravilha, mas com o tempo as pessoas mudam de postura e em certos casos desrespeitam processos e cá entre nós, devemos levar em consideração que um contrato é formalização daquilo que foi combinado, e quando não se tem nada escrito e assinado, as pessoas não respeitam.

Seria de suma importância que todos tivéssemos uma postura diferenciada e respeitássemos os direitos dos outros, para que os seus também fossem respeitados. Falar de controles internos, compliance, governança corporativa e gestão de negócios, seria um dos pontos de maior tranquilidade no mundo corporativo, desde que todos fizessem sua parte, mas ficar esperando comportamento ético e profissional das pessoas sem documentos ainda pode parecer uma utopia.

Agora muitos falam de conduta ética no mundo dos negócios, mas a prática não está levando à perfeição, e o discurso fere muitos princípios básicos do direito de uso, cópias indevidas, digo piratas, utilização de material sem as devidas referencias do autor, e o mais engraçado, utilizamos o material de outras pessoas e apresentamos como sendo nossos, e se alguém comenta, fazemos maquiagens para desconfigurar a autoria do produto.

Remeto ao conceito de benchmark, quando copiamos de alguém é benchmark, mas quando copiam da gente, é plágio, acredito que alguma coisa esteja errada, não tenho nada contra repetir a ideia, mas dê o crédito para quem criou.

Nós, profissionais de compliance, dedicamos parte de nossas atividades na busca pelo código de conduta e ética ideal, mas o grande problema está nas pessoas, que precisam reciclar um pouco mais o seu caráter, e entender que todos temos direitos e deveres, e o respeito ao trabalho do outro, a empresa do outro e as criações de clientes, de terceiros e até mesmo de ex-parceiros de negócios.

Gostaria de finalizar, com a seguinte afirmação: o caráter, a honestidade, respeito, ética e conduta profissional, não se faz com discursos, mas com a boa prática e exemplos para todos aqueles com quem nos relacionamos, e evidencia se sua conduta é ética. Atitude fala mais que mil palavras.

* Marcos Assi é consultor da MASSI Consultoria – Prêmio Excelência e Qualidade Brasil 2013 e Comendador Acadêmico com a Cruz do Mérito Acadêmico da Câmara Brasileira de Cultura, professor de MBA Trevisan Escola de Negócios, entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios”. www.massiconsultoria.com.br