Agora todo mundo quer saber de programa de compliance

Interessante como o mundo corporativo é repetitivo, a cada escândalo, sempre surgem pessoas dizendo o que fazer através de leis e normativos, engraçado como somos tão corretivos, será que um dia seremos preventivos?

Basta lembrar o 11 de setembro de 2001, causado por terroristas, e o mundo inteiro abriu os olhos para as questões de lavagem de dinheiro, e vale lembrar que a lei 9.613 era de 1998, mas somente três anos depois, todos começaram a ter olhos para o Compliance. E o escândalo financeiro da Enron em 2002, que ocasionou perdas bilionárias, e quebrou a Arthur Andersen, uma das BIG Five de Auditoria na época, em seguida apareceu a SOX. E a crise do subprime americana, que estamos com resquícios até hoje no mercado mundial, fez o pessoal avaliar melhor a gestão de riscos. E as fraudes contábeis do Banco Panamericano e as liquidações de bancos como Cruzeiro do Sul e Banco BVA com gestões no minimo estranhas ou sem base nenhuma, que quebraram as duas instituições, fez com que as auditorias e órgãos reguladores mudassem seus normativos e processos de fiscalização.

Em janeiro de 2014 entrou em vigor a lei Anticorrupção, e 0 caso da estatal Petrobras, esta despertando a reação pública e uma repercussão entre a população brasileira e pelo mundo afora, tem causado um panico para muitas empresas que buscam meios de se proteger de casos de fraudes e manter a sua reputação.

Muita gente tem procurado saber o que é realmente um programa de compliance, pois a empresa que provar que possui um programa efetivo de compliance, poderá minimizar o impacto das punições legais e regulatórias, amenizando as multas e punições que poderão surgir. Citamos abaixo alguns exemplos clássicos de programa de compliance:

  • Código de Conduta ou Ética que reflita a cultura da organização
  • Políticas e Procedimentos escritos: claros e simples/acessíveis
  • Questões de Compliance identificadas e recepcionadas/tratadas
  • Treinamento constante de Empregados e Terceiros/Parceiros
  • Auditoria Interna testando a efetividade dos controles e sugerindo melhorias, sempre que necessário
  • Envolvimento do “Board”

Então, muita coisa deve ser mudada, mas os gestores e administradores, devem buscar conhecer melhor estes processos de gestão, afinal estamos em um caminho, que acredito sem volta, na busca pela melhoria dos processos e manutenção da saúde financeira das organizações, basta ler as noticias sobre as empreiteiras, que estão entrando com recuperação judicial, pois permitiram um série de operações que podem até leva-las a falência, será que vale a pena?

* Marcos Assi é professor e consultor da MASSI Consultoria – Prêmio Anita Garibaldi 2014, Prêmio Quality 2014, Prêmio Top of Business 2014 e Comendador Acadêmico com a Cruz do Mérito Acadêmico da Câmara Brasileira de Cultura, professor de MBA Trevisan Escola de Negócios, entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional”, “Gestão de Riscos com Controles Internos” e “Gestão de Compliance e seus desafios” pela Saint Paul Editora. www.massiconsultoria.com.br